Chegamos ao mês de maio e, com ele, mais um 01/05 - Dia do Trabalho, sem nada para comemorar. Esta data deve ser um momento de análise, reflexão e união sobre a defesa dos interesses de toda a classe trabalhadora, principalmente agora, quando a crise causada pela pandemia do Coronavírus está dando margem para que os patrões massacrem a classe trabalhadora, como forma de tentarem se defender contra a recessão causada por esta doença terrível.
Com respaldo do governo federal, algumas empresas estão impondo condições pouco favoráveis para a manutenção do padrão de vida dos trabalhadores, jogando em suas costas a maior parte da conta para diminuir os reflexos da crise.
Por exemplo, os recursos destinados para auxiliar os mais atingidos pela crise, tais como os trabalhadores, os desempregados, os aposentados, as mulheres e os idosos, não são até agora nem a metade do que já foi garantido como ajuda para as empresas e o mercado financeiro.
No nosso setor, denúncias de empregados apontam que algumas empresas não estão investindo na proteção dos empregados e no combate ao COVID-19 no ambiente de trabalho. Em alguns casos, ignoram as recomendações dos órgãos oficiais de saúde, deixando os trabalhadores mais expostos aos riscos, desprotegidos, desamparados.
O trabalhador brasileiro não pode suportar sozinho o peso de manter a economia funcionando neste momento. Ele não merece ser tratado como máquina, e sim como um ser humano, que precisa de emprego e renda, mas que neste momento deve proteger, acima de tudo, a sua saúde, a de sua família e de toda a comunidade.
Antonio Bekeredjian – Presidente do Sintrapav-SP